Esperar
pra quê?
Estou
ali, encarando a tela do meu iPhone, louco para que a bolinha vermelha desponte
no canto do ícone do Whatsapp me informando que a mensagem que espero
finalmente chegou.
Mas,
como eu olho, ela não vem.
Me
consumo por frustração, prometo mentalmente que vou apenas esperar mais um
pouco. Passam alguns minutos, e é assim, como estou a esperar, ela não vem.
Foda-se!
Deixo
o aparelho de lado.
Levo
alguns minutos até conseguir me concentrar em alguma tarefa. Às vezes dou uma
olhada para o aparelho, mas neste momento a esperança e a ansiedade estão a um
fio de se dissipar dos meus miolos.
Entretenho-me
na continuação da leitura de “Inferno”
de Dan Brown, é livro–novelinha americana, mas me faz bem e não dá câncer nem
cirrose, então me permito le-lô, sem hesitar.
Viro
as páginas, atento ao enredo.
O
tempo passa, nem lembro mais de celular, aplicativo, ou qualquer outra coisa.
Então...
O
aparelho emiti o típico sinal sonoro de que recebi uma nova mensagem no
Whatsapp. Agora não esquento, estou curtindo a leitura.
Os
chamados agudos insistem, provavelmente aquela pessoa que deveria ter atendido
à minha silenciosa suplica por comunicação, mas perdeu o time, está tentando estabelecer contato. Ela que espere!
Fecho
o livro e penso que não deve ser coincidência.
Quando
ficamos amargurados, ansiosos, esperando por algo, o desgraçado do algo não
aparece.
Universo
tirando um sarro? Uma lição divina para que aprendamos a lidar com a ansiedade?
Puro acaso?
Tanto
faz!
A
sensação de receber uma boa notícia não será de forma nenhuma menor, só porque
não estávamos ansiosos antes de recebê-la.
Pelo
contrário, é muito mais feliz estarmos em paz e abertos as coisas que surgem,
do que esperar por algo que não podemos controlar o delivery.
A. Nicolau
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