301 Músicas: novembro 2012

Fazer música com o iPad não quer dizer que não haja trabalho, ou que a ferramenta descaracterize a proposta do projeto. Pelo contrário!
A facilidade que o aplicativo que eu utilizo, o Garage Band, oferece me permite abusar das tentativas. Pois construir, destruir e reconstruir tornou-se um processo muito rápido.
Testar combinações harmônicas, alterações de andamento e dissonâncias ficou interessantemente fácil, o que ajuda muito no processo de composição. E se podemos facilitar, pra que complicar? A tecnologia tem que ser usada ao nosso favor.
Evidentemente alguns aspectos, como o desenvolvimento motor que eu adquiri de fato tocando teclado, antes do iPad, acabam sendo menos explorados e melhorados. (Nada que um pouco de dedicação nao resolva)
Porém a audição e velocidade de raciocino também aumentam tendo como aliada a ferramenta tecnologica. Ou vai dizer que a maioria das crianças de hoje não deixam um adulto parecendo um idiota.

Vamos deixar de lado o preconceito e aproveitar as facilidades? Ou vamos continuar como velhos preguiçosos achando que antes era melhor, que o analógico era melhor, que conectar mil cabos num patch bay, rotear para o compressor, atravessar o analisador de espectro, fazer o pfl, controlar o ruído, inverter a fase com o cabo Y eram recursos que soavam melhor.

Meu primeiro set up... Um PC gigantesco, com mesa de som, multicabo... 10 minutos para ligar, 5 minutos para abrir o software de áudio e..... Uma fabula de dinheiro.
Meu último setup móvel - um notebook, uma interface e um programa super caro... Tudo roubado.
Meu setup atual - um ipad e uma interface da Apogee que tem o tamanho de um esqueiro. Tempo para ligar o aparelho e configurar uma sessão = 1 minuto, tomando café. Valor total = mais barato que a mesa de som do primeiro setup. Então eu me pergunto: Pra que complicar?

......
Essa música parece muito simples, mas o caminho do baixo que começa em G vai pra D, A e finaliza em E, enquanto o acorde fica aberto em Em, são por exemplo artefatos simples que enriquecem a sonoridade. Depois quando o dedilhado do piano repete a seqüência harmônica do inicio, mo final, acrescentei em uma pista um baixo e tchelo fazendo o caminho do piano enquanto 2 violinos faziam as notas de ponta.

Esta aí a diferença entre usar a tecnologia a favor ou contra.
Pode-se simplesmente dar umas apertadas na tela e chegar em um som, ou escolher um som e entender o som dando umas apertadas na tela.

Até.