segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Um ponto de partida

Quero agradecer ao carinho e apoio que estou recebendo de tanta gente!!
Este blog  começou bem, com mais de 200 views o primeiro post, também teve muita gente interessada em participar, calma, calma galera, já estou fazendo uma planilha para produção e inserindo muita participação.
Como prometi antes de iniciar dia 22 de Dezembro com a primeira música, vou ainda postar aqui as regras do jogo e mais algumas informações que considero cabíveis. 

O vídeo que vcs assistiram, (se não assistiu aqui está http://www.youtube.com/watch?v=ELH4F1tAab0&feature=player_embedded), é uma introdução. Agora apresento a justificativa do projeto á quem interessar.

Abraços!


Um ponto de partida
“Sucesso e genialidade são 10 por cento de inspiração e 90 por cento de transpiração” - Albert Einstein.
Será?
Há algumas décadas os Beatles atingiram o ápice da genialidade, centenas de músicas admiradas por todo o mundo foram gravadas.
Aqueles ‘meninos’ que nasceram em uma época ‘super’ conturbada e viraram semideuses anos mais tarde, teriam recebido uma dádiva, ou através de muito trabalho atingiram uma qualidade composicional ímpar?
Logo no começo da carreira o quarteto fabuloso, passou seis meses em Hamburgo apresentando-se todos os dias, os quatro moraram juntos nesta fase, puderam derradeiramente conhecer-se, também tiveram a oportunidade de aprimorar suas habilidades em tempo recorde.
Aos cinco anos Mozart começou a compor, antes dos dez já havia produzido obras notáveis, difíceis até para músicos com décadas de experiência e aprendizagem nas costas.
Todos os dias crianças geniais aparecem no Youtube, acumulando milhões de visualizações.
Aqui vai a questão: ‘Realmente nascem pessoas com um dom extraordinário e uma facilidade invejada pelos outros pobres mortais, ou será que alguns se dedicam em escala diferenciada, sobressaindo-se aos demais?
Até o momento entendo que o ‘dom’ é apenas o ‘chamado inicial’, algo que pode estar presente em todos os seres humanos, mas que direciona cada um para um caminho único. E o que realmente faz a diferença acaba sendo a dedicação e as oportunidades conquistadas por cada um.
Possuo uma escola de música da qual já frequentaram mais de duzentos estudantes; muitas pessoas dizem que um possui maior facilidade do que outro durante o processo de aprendizagem, eu entendo que o que querem dizer é que um possui maior interesse do que o outro. Será isso? E se é assim, de onde vem o interesse, a motivação intrínseca que afeta as decisões e escolhas de cada um?

Para exemplificar o meu pensamento descrevo a seguinte situação.
Cada ser neste mundo possui um total de 100% de interesse que será distribuído entre diversos setores.
A pessoa número 1 é obcecada por jogar futebol, então 50% do seu interesse é consumido por esta atividade e fatores que incluam o futebol. Mas ela gosta também de cozinhar, e todo dia às 18 horas começa a preparar o jantar em sua casa; esta atividade consome outros 20% de seu interesse. Os outros 30% são consumidos por dezenas de pequenos interesses, como assistir filmes, ir ao bar com os amigos, customizar seu carro etc.
A pessoa número 2, é fenomenalmente obcecada por futebol, ela dedica 95% de seu interesse para essa atividade e a fatores relacionados, os outros 5% são dividos para outros pequenos interesses, como sair com a namorada por exemplo.
Este tipo de interesse focado é o que torna a pessoa 2 um fenômeno raro? Ou que aumenta sua probabilidade para tal “sorte”, ou “destino”?
 Comumente as pessoas distribuem demasiadamente seus interesses. Quando nos deparamos com alguém considerado excepcional no que pensa/faz e olhamos um pouco mais de perto esta pessoa, percebemos que a mesma vive e prática exclusivamente seu único interesse, ou seu interesse central. São aqueles jogadores de futebol, que praticam 8 horas por dia, desde os três anos de idade e, na prática, não conseguiram distribuir seu interesse com os estudos, ou com qualquer outra atividade, apenas as essenciais para a sobrevivência, ou como músicos como o Jimi Hendrix, que alguns desavisados correm para dizer “ele não estudava música, esse era um gênio”, não estudava na Berklee, mas passava o dia inteiro empunhado de sua guitarra, tirando músicas que tocavam no rádio, criando, improvisando.
Minha indagação, aqui, é: ‘Será que os 100% de interesse de um é maior do que o de outro, e mesmo que duas pessoas hipoteticamente com as mesmas condições, dediquem-se da mesma forma, para a mesma atividade uma se sobressairá à outra?’

Decidi iniciar este projeto como um auto-teste para por em cheque até onde posso ir, chegar realmente ao limite, consumindo todo o meu  poder de criação e também para trazer à tona estas questões, isto é, experimentar, investigar, colher informações relevantes e tanto quanto possível confiáveis, para construir, após este processo inicial, alguns modelos possíveis de conhecimento a respeito do assunto. Aliás, o filósofo e físico Gaston Bachelard afirma que o conhecimento é a resposta que se obtém para um dado problema. Outros pesquisadores, como o suíço Jean Piaget e o russo A. Leontiev, por exemplo, destacam a importância da ação-reflexão sobre o problema investigado, nos processos de construção de conhecimento.
O tempo a ser dedicado a esta pesquisa e autoria será significativo, envolvendo muito trabalho, mas topei esta jornada, pois, qualquer que seja o resultado imprevisível de ‘301 Músicas’, já teremos aprendido algo mais sobre tão inquietante assunto e, na prática, é bem possível que eu tenha aprendido algo mais sobre como compor músicas, melhor ainda se eu puder escrever a 301ª.


Nicolau, A. C.

2 comentários:

  1. O mistério fascina a humanidade e este projeto, 301 Músicas, é provocador para a criação e produção de conhecimento, o inverso do mistério...

    Zeferino

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  2. "Conhecimento é produzido quando se resolve um problema."
    Gaston Bachelard

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